Minha deusa paralela,
Hoje trago flores ao teu altar,
Sublinho em meu semblante
Teu sorriso sublime e incitante
A cada instante cru do teu
[beijar.
Marcante deusa de aquarela,
Hoje venho a ti com sincronia
Do teu macrocosmo, a
[preencher meu peito nu
Com tua cachoeira de lágrimas
[felizes
Ao meu microcosmo a me
[entregar a ti
Com a alma para além do
[corpo;
Me recebe aquém da mente
[tísica,
Além da metafísica
Do equilíbrio das dicotomias
[inexistentes que és.
Ó deusa radiante que me
[encara sedutora
Do espelho,
Já desfrutei tua rija carne,
Me deixei embriagar no teu
[sangue
E venho a ti em comunhão,
Declaro um
Nosso coração
Que morre e desmorre
No tudo e nada a que toda a
[entropia decorre,
Me tornando viva a cada
[momento
Que grito
E voo
E sou um espírito vivo
No teu pensamento.
Deusa da minha psiquê,
Me foi concedido de tuas mãos
O dom
De ser a água debaixo do Buda,
E as camélias da árvore ao
[lado,
E o vento que desvia de cada
[carro
E brinca com meu cabelo
E apaga o meu cigarro.
E sou feliz ao ser tudo e nada,
Tão vasta quanta vaga;
E vago devagar,
Divagando teus pensamentos
Em cada rua indeserta que
[percorro.
Dança comigo, ó deusa,
Minha clemência,
Insana consciência.