sexta-feira, 8 de maio de 2015

I.

As ondas pouco balançam
Nessa maré de omissão,
Não caia, esfrie ou morra,
Ó doce capitão.

Esse é um poema tão
        [sangrento que
Não cabe em pouca veia,
Não cabe em pouca droga,
Não cabe em pouca bebida,
Entristece a batida
Da minha canção.

Por favor, não diz que não
Ou eu me despedaço.
Se a dor não cabe em teu
        [coração,
Será que cabe no meu abraço?

Parece-te à parte da vida
Trancado nesse convés,
Só,
Sem Sol,
Sem vida,

Caído,
Frio,
Morto,
Meio sorriso torto
Em tua expressão.
Abre os olhos e vê
Que o farol se acende em
        [máxima voltagem
Nessa triste viagem
Que é viver.

Se o ânimo é desfeito,
Me aperta ao teu peito
Até afastar a cruel tempestade,
Mas nunca deixe pela metade
A ocasião de aparecer.

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