segunda-feira, 20 de abril de 2015

II.

Enquanto, ofegante, meu bafo
             [Empurrava o teu
Senti tua pele roçar meu rosto
Até que a lembrança esvaireceu
E a teu gosto indisposto
Deitei-me ali
A lembrar com zelo
Da tua mão me alisando o cabelo.

Fecho os os olhos e num
             [Insight de memória
Teu olhar semicerrado
Num suspiro surdo
Me deu um laço
Ao teu corpo e mormaço
E me aconcheguei num lado
Do teu abraço.

Esse maldito estado de
               [Consciência
Entre o sono e a vida
Te invoca à minha frente,
E te sinto rente
E não estás.
Abro os olhos e tua imagem,
Física e táctil e convicta
Se dissipa.

Axioma de existires,
Aquele teu corpo que sinto e
                [Vejo
Constitui meu desejo
De apertar-te ao meu peito,
Alisar teu semblante feito,
Mas apenas sinto o cheiro de
                [Teu perfume
Se delir pelos ares,
E somem junto teus linhares
E todas as tuas feições.

Teu perfume e esse poema
- e, também, minha mente
                 [Vazia -
São um lixo,
Pois qualquer merda que te
                 [Evoque
Não se compara
Ao teu toque.

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