quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Minha benção

Eis que mal disse algo.
Na verdade, calei,
Já que os calos também dóem por fora,
Embora, por dentro,
Amaldiçoei.
Bendito a maldito,
De meu bem insoluto,
Sobrava minha dor,
Do que é vivo, luto.

Meus rios desaguaram
Num vago oceano,
Meu rito, ondulado,
Das águas que incito,
Mudou o curso de tudo.
Meus rios divagaram
Num vasto oceano
E, enfim, aportei.
Maldito ou bendito?
Ao bradares do peito um outro mito,
Que cor tem tua cor?
Que cor tem teu grito?

Teu grito bem disse
Minha benção, não minto:
Tens todas as cores
Das águas que sinto.
Maldito, bendito,
De tudo o que medito
O saldo é o amor,
Meu amor é infinito.

Maldito, bendito,
De tudo o que é bonito,
Tu és meu amor,
E no amor, acredito.

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