sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Penélope

A lua não dorme.
Em seu brilho, resíduo
De astro maior resido
No oculto feixe,
No esperar perdido,
No esperar que a luz não me deixe
Também.

À lua, não dorme
A esperança heroica
E estou sempre conforme as macias
E lindas
Idas e vindas
Das nossas infindas tapeçarias.

É toda noite
A luz selene projetando
A cara solidão,
À cara,
O açoite a cada mão que desfaz os nós
Para não desfazer, Ulisses, nós.

Um comentário:

  1. Porque que a lua não dorme?
    Dorme a alguns, a outros não,
    Depende à atenção e conforme

    Sente-se o brilho uniforme
    Junto ao nosso coração
    Comovido de emoção
    Com a luz argenta disforme

    Da forma da pura luz
    Do sol que ao dia faz jus,
    E à noite a prata incendeia

    A alma que ela seduz
    E a veste venda e capuz
    Dormindo com a gente e alheia.

    Grande abraço. Laerte.

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