Enquanto muito aspiro em vão
Tua existência, como musa,
Como existisse inspiração,
Como exalasse o mesmo perfume
Aquela blusa
Que já foi lavada tantas vezes após despegar-se de teu corpo,
Te evoco,
Como voz inaudível e sucinta
Da poeta que grita
Sem tinta.
Me retiro de cada vão
De tua inexistência, e como ousa,
Como existisse explicação,
Varrer para baixo do tapete
E tomar a razão de lambuja
Por não ousar
Lavar nossa roupa suja,
Que agora perfuma teu silêncio de ovelha
E cada grito
De cor vermelha.
A tinta chega a faltar para tudo que não cabe a este poema,
A cautela,
A sagacidade,
A or,
A s dade,
Como se o papel me gritasse de volta
E me pedisse para ter calma.
Não ouso
Inexistir o que me consome,
Maldizer à tinta
Teu nome.
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