sábado, 9 de maio de 2015

III.

Me sento ao seu lado
E sinto sua falta.
Por que tão calado?

O sono chega a parecer
        [depressão.
Não tenho certeza se estou
        [amando,
Mas é como morrer com cada
        [segundo
Que você enrola para levantar
        [da cama
E desabar com a lembrança
De que você disse que me ama
Por não ter certeza se é real.

Não sei se sou cômica
Ou sou trágica,
Não sei se sou prólogo
Ou trama
Ou epílogo,
Se sou só drama
Ou sou mais uma
Das suas esquetes
(Que faço com o pano
  De guardar confetes
  Se tenho medo
  Do fim do carnaval?).

Porque me sento ao seu lado
E sinto sua falta
Vagueio por seu olhar,
Me esquento no seu abraço,
Me encosto no seu ombro,
Procurando algum pedaço
De reciprocidade.
Você é passivo de todo
        [sentimento,
Mas é quente e calado.

Não sei que parece meu sono,
Mas jurei não levantar da cama
Antes de terminar o poema
Porque tenho certeza de que
        [estou te amando,
Porque é como morrer
A cada segundo de incerteza.

(Se eu pudesse ao menos
        [escolher
Entre amar ou não amar,
Estaria incerta
E por estar incerta já estaria te
         [amando)

Me sento ao seu lado
E me sinto inconstante
Toda vez que perco
Esse olhar tão distante
De mim.

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