segunda-feira, 25 de maio de 2015

Nota

Perdoem, amigos,
Esse meu escapismo,
Esse meu altruísmo,
Esse meu bucolismo,
Essa minha atitude
Que parece egoísta,
Mas é contagioso
Essa busca por ócio,
Esse bosta negócio
De desilusão.

Nunca foi intenção
Morrer tão rápido
Nesse convívio
Tão ácido
De não poder seguir meu
        [intuito
De ser feliz
E ter o ódio gratuito
De cada um que me diz
Que sou obrigada a me abster
        [de amar.

Me despeço
De cada raíz e viga
Daquela árvore
Amiga.

Perdoe, menina,
Se te magoei, perdoe.
Teus poemas são tão lindos...
Meus dilemas, não poucos,
Incluíam meus sentimentos
Loucos
De não querer abandonar
Meu copo de Cuba Libre,
Teu abraço de moletom
E teu beijo de gengibre.

Desculpa, amigo,
A ousadia
De alterar o fluxo
Da boa energia,
De gastar tua explicação
De astrologia
Quando, por dentro,
Eu sempre soube
Que a escolha de manter
        [distância,
Que essa maldita inconstância
Sempre bem me coube.

Perdão, amiga,
Você entende que me cansei
De querer sentir essa dor física
Ao sentir cada um dos meus
        [impulsos,
Pois após tanto tempo, ainda
Cicatrizam meus pulsos.

Essa é uma nota
De um suicídio
De vocês,
Me vou definhando
Mais uma vez,
Mas não se preocupem ao não
        [me ver,
Preciso de um mísero punhado
        [de cinzas
E logo já vou renascer.

Eu já vi
A vida desabar num dia,
No outro, alegria
No seguinte, solidão.
Já tomei
Todos os remédios do armário
E perdi a memória
Do que houve desde então.

Eu já quis
Morrer por motivos tão mais
        [pequenos,
Então, por hoje, me deixem ao
        [menos
Tentar ser feliz.

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