Perdi os miolos
Entre os extremos, subjetivos,
Pois, na falta de qualquer coisa
[que não concebo
E faz teu pensamento recorrer
[a mim,
Recorro a meus inconscientes
[nocivos
Tentando sentir tua presença
Com a necromancia dos vivos.
Entre o ser e o não ser
Já não indago essa dor índigo,
Pois sou e não sou
E escrevo agora a poesia
Ligeiramente tardia
Que agora flui de meus
[umbrais,
E se inexistem tempo e
[distância,
Quem diria nunca mais?
Dessas coisas que o corvo
[grita
E não dá para saber
Se é demônio dele ou
[inocência,
Seria melhor apagar o anil
Brincando com as palavras,
Pois é verdade que sou infantil.
Vamos brincar de dicotomia,
Posso virar xiita do Maiakovski
Pra gente fazer de pé de guerra
E seremos poesia
Nesse miolo inconciliável
Incomodando o racional.
Capitão ou demônio ou
[pássaro azul,
Entre ser ou não ser,
Os dois,
Entre ter ou não ter,
Depois,
Entre o revolucionário e o
[homofóbico
A poesia incomoda os
[dogmas.
Capitão ou demônio ou
[pássaro azul,
Entre escolher
Lado A ou lado B,
Teu silêncio é poesia.
Parece faltar algo que não concebo quando tudo a ti deveria ser pleno.
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