Ela caminha,
O sorriso que fere na minha
[melancolia
Fere na melancolia que é só
[minha,
O olhar de assassina branca,
Ela caminha branca como a
[morte,
Ecoa na dor que me definha,
Ecoa na morte que me
[espanca,
Ecoa.
Escoa nas lágrimas que não
[contenho
Enquanto ela caminha.
Eu na cama,
Ela caminha
Até os olhos que foram tão
[meus,
Ou um pouco nós sós,
Ou ao menos reflexivos,
E eles sabem que me procuram
[em todas as
cadeiras do templo,
Mas eu, na cama,
Não quis ouvir dizer
À morte
Que agora só me resta esperar
[morrer.
Eu em cana,
Ela calminha,
Aqueles olhos me prendem
[porque eu sei a
liturgia décor.
E a morte me carrega
Feito eu fosse um buquê,
Já que tenho tanto resto de
[vida quanto as
flores,
E, eu vivo por quê,
Se a morte vestida de branco
[é tão linda?
Eu vazia como a cama,
À minha chama ela caminha,
E não pude ser testemunha
Porque ela é linda quando,
[inocente,
Suga minha vida para compor
[seu sorriso,
E eu morro latente.
Ao menos reflexiva,
Ao espelho ainda sou bonita,
Mas ela é mais e não resisto
A esse sorriso que atiça a dor
E já sei que sou tudo menos
[forte,
Por favor, me entreguem à
[morte
E traguem meu corpo à boca
[de seu senhor.
E ao pensar na morte
Vestida de branco sobre o
[altar,
Sei que a desejo como os
[olhos que a
esperam,
Sei que há tempos nesse
[olhar, espero,
Sei que nesse jogo fui mero
[artifício,
Pois se a beijo no altar, sou só
[sacrifício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário